Carta de uma Toxicodependente
5 de junho de 2006
Querida filha,
cortámos relações à mais ou menos 19 anos, deves estar muito crescida, uma mulher. Sei que deves ter a tua vida organizada, segundo me contaram casas-te, mas não sei se tenho algum netinho.
Infelizmente o que me leva a escrever-te não são só as saudades que nunca vou poder matar, é também a minha ruína, como bem sabes eu não fui pelos melhores caminhos que a vida nos pode dar, tive relações com vários homens que não eram os corretos, e acabei por seguir o caminho da droga e da "vida".
Espero que algum dia possas perdoar esta burra que sou, não só por ter destruído a minha própria vida como também o sentimento que tínhamos uma com a outra.
Estive em clínicas várias vezes mas acabei sempre por fugir, como sou cobarde a vontade de me drogar sempre foi mais forte que tudo.
Espero que estejas bem com a tua família e que sejas muito feliz.
Se é que te interessa saber, neste momento estou numa clínica a tentar matar esta minha "inimiga", a toxicodependência.
Quando receberes esta carta, lembra-te que te amo muito (embora seja difícil de acreditar).
Fica bem, um beijinho da Mãe.
Ana Lúcia Pereira

Sem comentários:
Enviar um comentário