Amor infinito
Havia uma mulher, a mais sábia de todas, era uma mulher que sabia tudo mesmo tudo que havia para saber no Mundo, nunca ninguém a conseguia enganar, nunca ninguém a fazia mudar de ideias; mas um dia ela apaixonou-se, e o homem por quem ela se apaixonou tinha um poder incrível sobre ela, a mulher fazia tudo quanto o homem queria, ela nunca mas nunca recusava um pedido seu. Até que um dia o homem fez o pior que poderia ter feito à mulher, ela encontrou-o com uma outra mulher, ele traiu-a e a mulher ficou muito triste e magoada; todos os dias ficava no seu quarto fechada, trancada, sem uma única ponta de luz e à noite ouvia-se o choro da mulher, ecoava em cada canto da cidade e as suas lágrimas inundavam tudo à sua volta; cada vez que a mulher pensava no seu Amor chorava, umas vezes de tristeza, outras de mágoa, outras de saudade e outras até de raiva.
A mulher começou a enfraquecer porque não conseguia comer, nem dormir e nem respirar direito; passou anos e anos naquele seu quarto e no dia em que teve certeza de que não aguentava nem mais um dia, teve como pedido ver o seu Amor, ser ele a última pessoa que ela veria na sua vida. Quando o homem entrou no seu quarto e olhou para ela disse: "Porque quiseste que aqui viesse?", e a mulher respondeu: "Porque estou a morrer, porque te amo, porque se ainda aqui estou não é porque o meu corpo aqui quer ficar, mas por mais que o meu corpo esteja velho e cansado, o meu coração rachado ao meio continua a bater, cada metade para seu lado, mas continua a bater com toda a força tal como no primeiro dia em que te vi, e ele não tem culpa do desgosto que lhe causámos e ainda tem muito que viver; por isso te peço, deixa-me morrer e fica com o meu coração e quando outra mulher te apaixonar, dá-lhe o meu coração e ela vai amar-te para sempre porque esse coração só existe por TI!".
Ana Lúcia Pereira

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