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terça-feira, 30 de abril de 2013

As Cartas que nunca te escrevi (21 novembro 2012)

21 de novembro de 2012

  Hoje acordei e senti uma paz tão grande, não sei muito bem explicar-te mas parecia que estavas ali comigo, alguma coisa me fazia sentir que apesar de tudo estavas a olhar por mim. Este sentimento de harmonia fez com que eu fosse enfrentar o meu dia com um  sorriso nos lábios e uma disposição incrível, e depois lembrei-me daquele teu sorrisinho malandro e da tua boa disposição. Nisto pensei que esta era a tua vontade, que este era o teu gosto, que todos nós enfrentassemos o dia a dia de sorriso nos lábios e boa disposição
  Lembro-me que às vezes, estava eu no meu sétimo sonho, a dormir descansada no fim-de-semana e vinhas tu de manhãzinha logo super acordado, cheio de vida e vontade de começar o dia; acordavas-me com esse teu sorriso e numa euforia já com planos de brincadeiras para todo o dia. Nunca te disse, e às vezes reclamava, mas adorava acordar com essa tua energia. Outras vezes, durante a época de escola, lá vinhas tu de pequeno-almoço tomado, todo cheiroso e de mochila às costas me chamar para irmos para a escola juntos; eramos mesmo dois irmãos.
  Lembro-me que na escola nos defendiamos uma ao outro com unhas e dentes, se fizessem mal a um de nós estavam a fazer mal aos dois. No autocarro eras a alma da festa, o pessoal ia sempre todo super bem disposto, mesmo depois de um dia de aulas; contavas anedotas, fazias palhaçadas, só te faltava fazer o pino para nos fazeres rir. Um dia ralhei contigo (como fazia tantas vezes como irmã mais velha que sou), ralhei contigo porque estavas a gozar com um rapaz,e tu super descontraídoe relaxado só me disseste assim: "Eu não sou perfeito, todos temos defeitos. A partir do momento que eu sei quais são os meus defeitos, o que é que me impede de criticar os outros!?". Lá me conseguiste dar a volta como sempre, a fazer-me esses olhinhos, com uma grande lábia e muito charme.
  Esse teu charme já nasceu contigo, não foi nada adquirido, era natural; e por isso é que as meninas todas se apaixonavam por ti, mas secretamente/discretamente tu eras muito tímidoe às vezes vinha sme perguntar como quem não quer a coisa certas coisas sobre certa pessoa; eu achava um piadão à forma envergonhada com que falavas de raparigas. Quem haveria de dizer o rapaz confiante, charmoso, brincalhão afinal também é tímido.
  Gostavas de te fazer de forte e de "machão" mas no fundo eras um doce e bastante frágil por sinal. Lembro-me de em certas alturas te ver assim mais carrancudo, mais calado e a certa altura quando te apanhava sozinho perguntava-te o que se estava a passar, e tu entre soluços lá me contavas o que tinhas e não tinhas vergonha das tuas lágrimas, pelo menos ao pé de mim não.
  Bem primo, eu que hoje olhei para o papel e a caneta e achei que não ia escrever nada, afinal desse nada saiu um tudo. É mais forte que eu, sinto que preciso conversar contigo, há tanta coisa que eu te quero dizer, mas a mais importante tu já sabes...

Ana Lúcia Pereira  
 

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