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terça-feira, 30 de abril de 2013

Mãe? (09.05.2011)

Mãe?

e? É uma palavra muito estranha para mim... é uma palavra difícil de pronunciar!
Já não sinto o teu cheiro, já não reconheço a tua voz, já não conheço os teus traços de cor.
Antes não eras muito presente, mas de vez em quando estavas lá.
Agora desapareceste num estalar de dedos e eu já não sinto nada, não sei como era o meu amor por ti, não sei como eram as nossas conversas, já não sei como eram os teus beijos e abraços.
Porquê? Porque não fizeste mais um pouquinho por mim?
Onde estavas quando eu fiz as minhas primeiras travessuras?
Onde estavas no meu primeiro dia de aulas?
Onde estavas quando me tornei mulher?
Onde estavas quando me magoaram e partiram o coração ao meio?
Onde estavas quando a minha cabeça só me mandava fazer disparates?
Onde estavas? Onde estás? Onde estarás?
Nunca mais vamos voltar a ter aquela amizade que tínhamos nem nunca mais vamos voltar a ser mãe e filha...
Um dia quando olhares para trás espero que sintas orgulho em mim, e espero que um dia me expliques porque me abandonaste...espero que me digas nem que seja uma vez que gostas de mim, que te orgulhas de mim, e que és minha mãe...porque neste momento és apenas a pessoa que me pôs neste mundo, és apenas metade do meu ADN...
Não vou dizer que te amo porque ia estar a mentir, talvez lá no fundo ainda exista esse sentimento por ti mas está tão longe que nao me faz bater o coração...
Onde estavas quando à pouco tempo fui ao fundo do poço e quase me afoguei? Onde?
Precisei de ti e sei que tu também precisaste de mim...
Mas não basta estar perto do coração, também é preciso estar perto da pessoa...se não...
De ti despeço-me com um "Até qualquer dia..." cheio de mágoa e com uma pontinha de esperança!

Ana Lúcia Pereira          

Poema: Estou farta desta confusão (05.07.2008)

Estou farta desta confusão,
torna-se tudo uma aflição.

Fico triste só de pensar
que antes era motivo para confiar.

Desconfiar
é o que faço
e esta maneira de pensar
já não sei se ultrapasso.

Traição é uma maldição
que a todos atraiçoa,
e o meu coração
tem um som que não soa.

Batidas cardíacas
bem desaceleradas
são apenas dicas
das almas bem marcadas.

Ana Lúcia Pereira          

Amor infinito (01.07.2008)

 Amor infinito

 Havia uma mulher, a mais sábia de todas, era uma mulher que sabia tudo mesmo tudo que havia para saber no Mundo, nunca ninguém a conseguia enganar, nunca ninguém a fazia mudar de ideias; mas um dia ela apaixonou-se, e o homem por quem ela se apaixonou tinha um poder incrível sobre ela, a mulher fazia tudo quanto o homem queria, ela nunca mas nunca recusava um pedido seu. Até que um dia o homem fez o pior que poderia ter feito à mulher, ela encontrou-o com uma outra mulher, ele traiu-a e a mulher ficou muito triste e magoada; todos os dias ficava no seu quarto fechada, trancada, sem uma única ponta de luz e à noite ouvia-se o choro da mulher, ecoava em cada canto da cidade e as suas lágrimas inundavam tudo à sua volta; cada vez que a mulher pensava no seu Amor chorava, umas vezes de tristeza, outras de mágoa, outras de saudade e outras até de raiva.
  A mulher começou a enfraquecer porque não conseguia comer, nem dormir e nem respirar direito; passou anos e anos naquele seu quarto e no dia em que teve certeza de que não aguentava nem mais um dia, teve como pedido ver o seu Amor, ser ele a última pessoa que ela veria na sua vida. Quando o homem entrou no seu quarto e olhou para ela disse: "Porque quiseste que aqui viesse?", e a mulher respondeu: "Porque estou a morrer, porque te amo, porque se ainda aqui estou não é porque o meu corpo aqui quer ficar, mas por mais que o meu corpo esteja velho e cansado, o meu coração rachado ao meio continua a bater, cada metade para seu lado, mas continua a bater com toda a força tal como no primeiro dia em que te vi, e ele não tem culpa do desgosto que lhe causámos e ainda tem muito que viver; por isso te peço, deixa-me morrer e fica com o meu coração e quando outra mulher te apaixonar, dá-lhe o meu coração e ela vai amar-te para sempre porque esse coração só existe por TI!".

Ana Lúcia Pereira

 

Poema: Porque foste embora não sei (23.11.2007)

Porque foste embora não sei,
porque não ficaste também não,
só sei que queria ainda ter teu coração.

Teu último beijo foi mais intenso,
mas triste também foi,
não sei o que penso.

Teu cheiro permanece
em minha mente tão clara,
e se um dia desvanece
como a imagem da tua cara?

O que sinto chama-se tristeza,
foste para longe,
roubaste-me a beleza.

Queria ter-te aqui num sonho de encantar,
mas a realidade
é que só sei te amar.

Ana Lúcia Pereira   

Poema: Pobre rosa... (23.11.2007)

Pobre rosa,
bela ou feia,
vem sempre aranha 
que tece teia.

Ingénua e insegura,
pobre rosa,
és sempre pura.

De botão te fizeste flor,
mas qual o preço da beleza?
A Dor!

Pobre flor,
quanto mais bela
mais esmurece,
pois só há amor
que a entristece.

Abre os olhos
pois já não és botão,
abre os olhos
e agarra uma mão.

Pobre rosa,
bela ou feia,
vem sempre aranha
que tece teia.

Ana Lúcia Pereira  

Carta de uma Toxicodependente (05.09.2006)

Carta de uma Toxicodependente

5 de junho de 2006

  Querida filha,
cortámos relações à mais ou menos 19 anos, deves estar muito crescida, uma mulher. Sei que deves ter a tua vida organizada, segundo me contaram casas-te, mas não sei se tenho algum netinho.
  Infelizmente o que me leva a escrever-te não são só as saudades que nunca vou poder matar, é também a minha ruína, como bem sabes eu não fui pelos melhores caminhos que a vida nos pode dar, tive relações com vários homens que não eram os corretos, e acabei por seguir o caminho da droga e da "vida".
  Espero que algum dia possas perdoar esta burra que sou, não só por ter destruído a minha própria vida como também o sentimento que tínhamos uma com a outra.
  Estive em clínicas várias vezes mas acabei sempre por fugir, como sou cobarde a vontade de me drogar sempre foi mais forte que tudo.
  Espero que estejas bem com a tua família e que sejas muito feliz.
  Se é que te interessa saber, neste momento estou numa clínica a tentar matar esta minha "inimiga", a toxicodependência.
  Quando receberes esta carta, lembra-te que te amo muito (embora seja difícil de acreditar).
  Fica bem, um beijinho da Mãe.

Ana Lúcia Pereira

História de um Mendigo (20.08.2006)

Hsitória de um Mendigo

  Era jovem, bonito, não era rico mas tinha uma casa e família, era feliz!
  E agora? agora sou um velho de 60 anos; não sou assim tão velho pensam vocês. Enganam-se! Tenho 60 anos e mais pareço ter 100, a vida foi dura comigo.
  Sabem o que é a minha casa agora? A minha casa é um jardim, o meu teto é o céu e a minha cama, um banco de jardim! É bastante agradável no Verão, mas no Inverno...
  Vejo todo o tipo de gente passar pela minha "casa", madames com os seus caniches, pares de namorados que nem se apercebem do que se passa à sua volta, crianças que me sorriem e outras que nem por isso, que até têm medo de mim!
  O meu pequeno-almoço é tomado num café muito fino, sabem como se chama? "Caixote do lixo", recomendo vivamente!
  O meu banho é tomado de ano a ano com sais e espuma com cheirinho a cano de esgoto!
  Fui ao médico à ligeiramente pouco tempo, à mais ou menos 20 anos, mais coisa menos coisa!
  Tenho muita família, somos a família dos "Pombos"; sim dos "Pombos", porquê? Os pombos que aqui passeiam na minha "casa".
  Mas sou feliz por uma coisa, agora aqui deitado neste banco de jardim, doente quase morto, escrevo nesta folha de papel encontrada no chão com o meu velho lápis, a "Aventura da minha vida"!

Ana Lúcia Pereira      

A Lua!!! (13.06.2005)

A Lua!!!

  Olho pela janela à noite e o que vejo? Vejo carros a passar, casas com as luzes a a apagar, as estrelas e a Lua a iluminar, vejo que o dia está a acabar; foi mais um dia da minha vida, foi mais um dia que passou e não volta atrás, passou é passado, estou cada vez mais velha a cada minuto que passa e ao olhar pela janela penso que aquela que ali está assistiu ao meu primeiro sono, aos meus primeiros sonhos; ela vai assistir, se Deus quiser num futuro longe ao meu último sono, ao meu derradeiro sono, e vai poder assistir aos meus sonhos bonitos, ao meu descanso eterno. Enquanto isso não vem, vou eu assistindo da janela, ela lá longe, com as estrelas a iluminar a noite e a vida de todos.
  Que bela é a Lua e quão antiga é, quantos mais séculos se passam mais bonita está e mais histórias tem para contar.
  Ó minha querida amiga Lua, tu que já assististe à minha vida até agora, diz-me: O que vem a seguir?
  Eu gostava de um dia poder estar mais perto de ti, de poder falar contigo e dizer-te: Tu que assististe à minha vida, conta-me agora a tua, minha querida amiga Lua!

Ana Lúcia Pereira    

O Tempo (27.04.2004)

O Tempo

   O Mundo gira só eu fico aqui parada a ver o tempo passar, o Mundo gira e o tempo passa, passa por nós sem dizer um "Olá", vai-se embora sem dizer um "Adeus"; o tempo passa, passa a correr e não pára, coitado do tempo que passa; não tem tempo o tempo, não tem tempo de fazer amigos, conhece mil caras mas não conhece ninguém; o tempo passa, vê gente nascer e morrer, mas não conhece ninguém; não tem tempo o tempo, não tem tempo de amar, não tem família, não tem ninguém, conhece toda a gente mas não conhece ninguém.

Ana Lúcia Pereira 

Texto: Medo da Morte ... Ano: 2003

Medo da Morte

  Anda uma pessoa a viver uma vida cheia de dor, sofrimento, mágoas, medos, tristezas, enfim...para depois ter o triste destino de mais tarde ou mais cedo sem nenhuma recompensa morrer, e deixar de...de simplesmente ouvir, cheirar, falar, ver, de nem se quer nos mexermos, nem se quer de um piscar de olhos; por isso meu Deus eu pergunto o porquê da vida, o porquê da nescença de pessoas, animais ou plantas se mais tarde vem a morte?! Vou confessar que eu receio a morte, e é este medo da morte que me faz dizer estas coisas.

Ana Lúcia Pereira

 

As Cartas que nunca te escrevi (17 dezembro 2012)

17 de dezembro de 2012

  Na outra noite sonhei contigo primo. Sonhei que eu estava a conversar contigo, e eu chorava sem parar. Enquanto conversava contigo fazia "festas" na tua cara, e tu rias-te, simplesmente olhavas para mim e rias-te.
  Quando eramos mais miúdos, no Verão, vinhamos com os nossos pais para os bancos da rua, nas noites de mais calor. Lembras-te? Depois tu pedias-me para deitares a cabeça no meu colo e te fazer "festinhas" no cabelo, e eu, claro, que nunca te negava esse miminho. Lembro-me que nessas alturas eu focava a minha atenção no teu rosto, e tu estavas a contemplar a noite, a lua, as estrelas e os teus olhos brilhavam, e todo o teu rosto sorria. Nessas alturas eu sentia uma paz, uma alegria pela simplicidade e humildade que existia no nosso companheirismo.
  Lembro-me que detestavas ver-me chorar, arranjavas sempre maneira de me fazer rir.
  É destes momentos que é feita a nossa história primo, é deste amor de irmãos que nós alimentavamos a nossa relação.
  Nesse sonho eu senti esse companheirismo e essa paz de outrora.
  Quero dizer-te que nunca te esqueci, que nunca ninguém ocupou o teu lugar e nunca deixaste de ter no meu coração o lugar especial e cativo que é só teu. Independentemente daquilo que ouviste, eu sei que no fundo sabias que era tudo mentira.
  Só nós dois é que sabemos, não é?!

Ana Lúcia Pereira  

As Cartas que nunca te escrevi (21 novembro 2012)

21 de novembro de 2012

  Hoje acordei e senti uma paz tão grande, não sei muito bem explicar-te mas parecia que estavas ali comigo, alguma coisa me fazia sentir que apesar de tudo estavas a olhar por mim. Este sentimento de harmonia fez com que eu fosse enfrentar o meu dia com um  sorriso nos lábios e uma disposição incrível, e depois lembrei-me daquele teu sorrisinho malandro e da tua boa disposição. Nisto pensei que esta era a tua vontade, que este era o teu gosto, que todos nós enfrentassemos o dia a dia de sorriso nos lábios e boa disposição
  Lembro-me que às vezes, estava eu no meu sétimo sonho, a dormir descansada no fim-de-semana e vinhas tu de manhãzinha logo super acordado, cheio de vida e vontade de começar o dia; acordavas-me com esse teu sorriso e numa euforia já com planos de brincadeiras para todo o dia. Nunca te disse, e às vezes reclamava, mas adorava acordar com essa tua energia. Outras vezes, durante a época de escola, lá vinhas tu de pequeno-almoço tomado, todo cheiroso e de mochila às costas me chamar para irmos para a escola juntos; eramos mesmo dois irmãos.
  Lembro-me que na escola nos defendiamos uma ao outro com unhas e dentes, se fizessem mal a um de nós estavam a fazer mal aos dois. No autocarro eras a alma da festa, o pessoal ia sempre todo super bem disposto, mesmo depois de um dia de aulas; contavas anedotas, fazias palhaçadas, só te faltava fazer o pino para nos fazeres rir. Um dia ralhei contigo (como fazia tantas vezes como irmã mais velha que sou), ralhei contigo porque estavas a gozar com um rapaz,e tu super descontraídoe relaxado só me disseste assim: "Eu não sou perfeito, todos temos defeitos. A partir do momento que eu sei quais são os meus defeitos, o que é que me impede de criticar os outros!?". Lá me conseguiste dar a volta como sempre, a fazer-me esses olhinhos, com uma grande lábia e muito charme.
  Esse teu charme já nasceu contigo, não foi nada adquirido, era natural; e por isso é que as meninas todas se apaixonavam por ti, mas secretamente/discretamente tu eras muito tímidoe às vezes vinha sme perguntar como quem não quer a coisa certas coisas sobre certa pessoa; eu achava um piadão à forma envergonhada com que falavas de raparigas. Quem haveria de dizer o rapaz confiante, charmoso, brincalhão afinal também é tímido.
  Gostavas de te fazer de forte e de "machão" mas no fundo eras um doce e bastante frágil por sinal. Lembro-me de em certas alturas te ver assim mais carrancudo, mais calado e a certa altura quando te apanhava sozinho perguntava-te o que se estava a passar, e tu entre soluços lá me contavas o que tinhas e não tinhas vergonha das tuas lágrimas, pelo menos ao pé de mim não.
  Bem primo, eu que hoje olhei para o papel e a caneta e achei que não ia escrever nada, afinal desse nada saiu um tudo. É mais forte que eu, sinto que preciso conversar contigo, há tanta coisa que eu te quero dizer, mas a mais importante tu já sabes...

Ana Lúcia Pereira  
 

As Cartas que nunca te escrevi (20 novembro 2012)

" Dedicado a ti meu irmão do coração, que estejas com Deus e em paz. Eu sei que zelas por todos nós meu anjinho da guarda."

 

Dedicado a: Marco António Pereira Chasqueira

20 de novembro de 2012

 

  Lembro-me todos os dias de ti, todos os dias há algo que me faz vir à memória uma caraterística tua, um momento passado contigo, e até a forma súbita, inesperada e brusca com que partiste.

  A tua partida (embora eu não transpareça) mudou a minha vida, mudou-me a mim própria. Desde aquele terrível dia que não sinto paz, que sinto um vazio enorme dentro do meu peito.

  Eu, realmente, já não sei quem sou, já não sei nada. Só sei que me fazes falta, só sei que tenho de encontrar a paz embora não saiba onde procurá-la.

   Enquanto em vida eu pensava (tristemente) que nós tínhamos seguido rumos diferentes, que eu já não fazia parte da tua vida e que tu já não fazias parte da minha; enganei-me redondamente, porque o amor ainda estava lá, porque a amizade e o carinho ainda estavam lá. Agora em morte vejo o quanto estava errada e o quanto eu te amava.

  Pergunto-me, vezes sem conta, o porquê da tua partida. Não encontro respostas, a cada pergunta que surge só encontro mais perguntas para fazer.

  Tudo aquilo que antes eu tinha como garantido evaporou-se, as garantias tornaram-se incertezas, e as incertezas consomem-me por dentro.

  Lembras-te dos nossos planos de criança? Lembras-te da esperança e da certeza com que faziamos esses planos? Eu lembro-me como se tivesse sido onteme tenho tantas saudades! 

  Lembro-me de um dia me dizeres assim: "Um dia vou ser rico e vou construir duas casas enormes, com piscina e tudo. Vou construí-las na horta dos nossos avós e nós vamos para lá morar os dois prima!", e eu acreditei nestas palavras piamente e continuámos esta conversa durante horas a fio, a dizer como iriam ser as nossas casas e a nossa piscina, as festas que íamos organizar, enfim...

  Dou por mim tantas vezes em busca do teu rosto, vejo um rapaz na rua e olho para ele à procura de um pouquinho de ti, ouço uma gargalhada e julgo ter ouvido a tua gargalhada, olho para a tua casa e tento encontrar-te na janela ou entre os cortinados. Tudo isto em vão, tudo isto tirnando-se inútil porque tu não estás cá.

  Naquele dia quando me deram a notícia eu não queria acreditar, parecia que estava num sonho e eu só dizia a mim mesma: "Ana acorda, mas porquê que não acordas?!". Ainda hoje sinto que não estou acordada e muitas vezes pergunto-me o mesmo que nesse primeiro dia: "Ana acorda, mas porquê que não acordas?!". Desde esse dia que sinto uma dormência, que sinto que adormeci e ainda não fui capaz de acordar.

  Queria que tivesses conhecido a minha casa, a minha humilde casa que não tem piscina como a que idealizámos, mas mesmo assim queria que a tivesses conhecido. Queria que tivesses conhecido e brincado com o meu cão; lembras-te de eu sempre dizer que quando fosse para a minha casa ia ter um cãozinho?! Queria te ter dito e ter feito tanta coisa contigo...

   Agora resta-me as recordações, as lindas recordações que tenho tuas. Lembras-te de quando ficava furiosa porque te punhas a mandar pedrinhas à janela do meu quarto?! Mandavas as pedrinhas e depois a minha avó vinha ralhar comigo. Sinto saudades de ouvir as pedrinhas a bater na minha janela, de me vires pedir ajuda nnnos trabalhos de casa, de vires dormir a minha casa e eu à tua, de fazeres caracóis no meu cabelo para adormeceres...sinto tantas saudades!

  Lembro-me das nossas brincadeiras tão bem, só faziamos disparates mas divertiamo-nos e eramos tão amigos mas tão amigos, embora às vezes nos zangassemos, mas os irmãos é mesmo assim não é?! Zangam-se e depois fazem as pazes?!

  Primo, estas serão as cartas que nunca te escrevi! Eu sei que vais lê-las, eu sei...

Ana Lúcia Pereira