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quarta-feira, 1 de maio de 2013

22.12.2012

  Por vezes sinto falta de voltar para aquele lugar escuro onde me encontrava à uns tempos atrás. Eu volto lá muitas vezes mas é tudo tão rápido que mal lhe sinto o "bafo". E Eu sei que este sentir falta não é saudável mas é compreensível ( pelo menos para mim é).
  Depois de "recuperar" e de sair da escuridão soube-me bem respirar de novo, de sentir de novo a brisa no meu rosto, conhecer o amor novamente e sentir-me viva; mas como tudo na vida esse sentimento de "renascer" morreu. Agora sinto falta de voltar para lá porque lá eu não sentia insegurança, lá tudo estava mais do que nítido; porque lá o sim era sim e o não era não, não existia o talvez; porque lá a morte era só a morte... Agora não estou nem na escurudão nem na luz, estou algures no meio, e aqui no meio tudo é uma incerteza, e a insegurança assalta-nos o coração com tanta frequência que já se tornou rotina; aqui no meio o sim e o não são dois "talvez"; aqui no meio a morte é o fim e o príncipio, é a certeza e a incerteza, é o recordar e o esquecer, é o chorar e o rir, é o tudo que não é nada...
  O estar sozinha aqui no meio é perturbador, é assustador, é horrível, é um filme de terror, é algo que nem convém ser imaginável; mas lá, lá não, lá o estar sozinha era tristemente pacífico, era melancolicamente consolável.
  Eu lá chorava, eu lá gritava, eu lá afogava-me, eu lá não queria saber... mas eu lá era infeliz. Eu aqui não choro como chorava ( que saudades), não grito, não me afogo e agora já quero saber... e agora eu não sou infeliz, mas também não sou feliz... então sou o quê?!

Ana Lúcia Pereira

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